domingo, 27 de junho de 2010

medo do amanhã

a terra era feita de nuvens
e as pessoas eram cristais de gelos
os medos e fracassos foram trancados no porão.
todos os sentimentos desintegraram-se
e sobrou apenas flores secas.
todos nós sabiamos que terminariamos assim,
sem sonhos para sonhar
sem medos para temer...
a bailaria ainda brinca com seus brinquedos quebrados.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

lâmpadas queimadas

esta também é tua casa,
estes também são teus avós.
tu és erotismo por completo,
e eu sou o completo amor.
terei de me fingir de morto
às vezes de cego , surdo e mudo.
muitas vezes um sorriso rasgará meu rosto,
por outras , meus olhos tecerão colchas de lágrimas.
ligeiramente irei acorrentar-me a ti
para libertar-me da saudade...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

inversão de cores

me acostumei ao sorriso dissimulado,
o beijo amargo da nova era do gelo,
essa onde , o dinheiro é prioridade
e o amor vulgarizado.
tenho sede dos primórdios,
da carne
e de todo bom sentimento.

terça-feira, 25 de maio de 2010

rabiscos

seguiu singelo...

sem nem mais um pingo de sentimento
ou misericórdia do peito que batia forte.
as lágrimas encharcaram a face
e o copo de vidro , escorregou .
estraçalhou em milhões de pedaços,
assim como o coração, parecia estar.
um riso , uma palma.
uma lágrima, uma navalha.
morto está o forte coração.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

dores sem explicação.

somos seres naturais
em uma natureza instável
então por que queremos ser equilibrados?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

solas furadas

nossos destinos são como os ventos
uma simples mudança, tiram-o da rota.
batem em montanhas, caem ao chão ,
sobem aos ceús...

domingo, 9 de maio de 2010

velhas máquinas no quintal

de uma lado montanhas
de outro, mar.
o céu está longe de mais para um mortal como eu.
no meu rosto o rubro escorre quente.
dentro de mim só há saudade.
grito então , como um urso feroz
e ouço minha saudade expandir-se entre as trincas
em forma de um longo e solitário eco.