quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

terra caindo do forro ...

disparou rumo aos céus
onde esperava ver estrelas e cometas
tão brilhantes quanto a sol.
mas deparou-se com a lua
cinza e solitária.
então a mão da decepção
estapeou-lhe a face
jogando-o contra as pedras no infinito oceano
de onde nunca mais saiu.
muitos perguntam por ele
outros procuram ,
mas a verdade é que
chourou tanto que transformou-se
em lágrimas e misturou-se a salgada àgua do oceano
deixando assim , de existir.

hoje: minha primeira tatuagem

essa lembrança não traria à tona
aquele sentimento , que há tempos tenta desintegrar ?
o sofrimento seria voluntário :
ficar com algo que tanto cobiça , apenas por alguns instantes.
e após isso nunca mais sentir o cheiro ,
o toque , os lábios ...
seria mais fácil , sentir este vazio,
sentir saudade de algo que nunca teve,
ao chorar pelo passado ?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

uma tragada

se queres ser venenoso ,
 tente provar de seu próprio veneno ,
para ver se realmente vale a pena...

domingo, 24 de janeiro de 2010

uma tesoura quebrada ao lado de um xícara de café

cupins e traças devoraram as páginas do meu diário
o mesmo guardava meus segredos e experiências vividas
as folhas eram tão brancas quanto as nuvens da primavera.
tudo que vejo agora é está imensidão branca
sem flores , nem retratos.
eles apagaram minhas lembranças e
desafinaram minhas músicas.
não tenho nome , não tenho vontades
não lembro do caminho de volta pra casa.
eu sou mais um ninguém.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

chaves penduradas

caminhei por muito tempo
sozinho pelos corredores mais longos
e sombrios de minha mente.
em uma vida de boêmia
apostando até o que não tinha com as quimeras fracassadas.
tudo foi perdido
eu vacilei .
estou desregrando os sentidos e sentimentos
espero agora , que venhas me enforcar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

um gota de sangue

o menino roubado
vivia entre edifícios tão altos quanto as nuvens
e viadutos tão sujos quanto os esgoto
de Gothan City.
sobrevivia de restos .
era sozinho ,
não tinha casa , família , nem amigos.
tinha apenas as lembranças do passado
cicatrizadas nos pulsos.
essas todos os dias ,
o fazia lembrar de como era bom sorrir.

domingo, 17 de janeiro de 2010

tv chiando e bexigas no sofá

com o tempo entendemos
que tudo que passa por nossas vidas
de alguma maneira irá fazer diferença
no futuro ,
sejá ele próximo ou distante.
mesmo que sejam imperseptiveis.
tudo irá mudar
tudo irá morrer.
e em breve seremos apenas
unhas , cabelos e ossos.
nossas lembranças serão
levadas pelos ventos .
seremos lembrados por alguns anos
até cairmos nas gavetas do esquecimento.