terça-feira, 18 de janeiro de 2011

moedas no cinzeiro

um disparo irá silenciar o coração,
sufocar o pulmão 
com nicotina e alcatrão...
no sul do país, a neve cai do céu ,
como as penas das aves do norte.
e mesmo que lhe falte sorte 
não dejese a propria morte.
não levamos daqui um fio de cabelo se quer
o sangue escorre do cardeal doente
as violetas na jenela sem agua secarão
assim como esta felicidade em vão.
teu sorriso será meu santuário.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

pacotes de café em grão

um corpo sem cicatrizes , não é digno de orgulho algum.



as cicatrizes são as marcas do nosso passado, as provas de que somos guerreiros,


pobres que somos, lutamos , mas pela honra e não pela fortuna.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

réstias de sol

os vagos brilhos desta memória



agora iluminam o corredor.


nos cantos dos rodapés


estão as crias da angustia.


dilaceradas do útero à lápide.


esses brilhos não passam das partes felizes


dos contos de fadas, nois quais eu sou


a parte triste e, as crias , as mórbidas.










olhos afogados em lágrimas


a lâmina cravada no pulso


o corpo ainda quente e humido


começa a esfriar e a tremer de frio.


não posso escapar das minhas lembraças


e por mais que a tristeza esteja guardada no porão,


ela ainda me pertence.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

coletivo quebrado ...

durma!

o sono lhe tirará a dor,
será apenas uma sensação ruim, amanhã.
feche os olhos , esqueça tudo
esqueça até mesmo seu nome.
não busque mais respostas , nem mesmo aquelas
que nunca encontrou.
também esqueça tudo que eu disse agora,
pois amanhã você não se lembrará de nada mesmo.
a tristeza entrará em extinção.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

tosse seca

eco...eco...coooo...cooo..oooo...
oco!
eco...ecoo..cooo..oooo...
oco!
o vento asuviava em meus ouvidos
os sinos das lamparinas soavam descordenadamente.
eco!
oco!
a chuva caiu velozmente das nuvens que mais pareciam rochas negras.
fiquei encharcado em segundos.
cantarolei uma canção de natal.
pensei que fosse morrer de frio.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

vendaval

sou como uma navalha que rompe os tecidos
e liberta o espírito.
sabe que não sou amavel
sou uma fera do fim do mundo,
que brinda seus próprios fracassos.
uma fera que ainda ama
e que todas as noites deseja devorar seus lábios.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

canto dos malditos na terra do nunca

-lua minguante
uma canto fez com que 
surgissem das moitas,as serpentes
e as mariposas dos velhos cascos 
das árvores secas.
os musculos das minhas pernas 
contraiam-se ferozmente.
-luva nova
corri pelos pantanos e montanhas
estava a caça da uma violenta violeta, 
destrui as rosas vermelhas
os espinhos cravaram-se nas palmas das mãos 
e nas solas dos pés,
meu sangue misturou-se as pétalas mortas.
-lua crescente
sobrevoei as copas das árvores nas asas da negra mariposa,
provei da peçonha mais mortifera.
então cai como um meteoro
das asas da mariosa,
rasteijei-me sobre o lodo.
-lua cheia
levantei-me com a força de um bufalo
e deparei-me com a violenta
com muito custo arranquei-a com a raíz,
guardei-a no bolso esquerdo da camisa.
ainda posso ouvir o canto dos malditos..